Por Bruna Silveira
A Cia. Circunstância, de Belo Horizonte, provou, com a apresentação de “Palhaços à Vista!”, na Praça Gomes Freire (Jardim), que mostrar a cultura do circo na rua, muito mais do que em teatros e outros locais, é uma prática que deve seduzir o público. “Na rua você tem que dialogar diretamente com as pessoas que estão ali, que, muitas vezes, não foram ali realmente pra te ver, mas porque passaram ali, não estavam preparadas. O diálogo com essas pessoas tem que ser muito expressivo. A exigência do teatro é outra, é tudo mais intimista, contido. As pessoas compram o ingresso e vão pra te ver, é outro perfil de público”, compara Evandro Heringer, o palhaço Repimboca, da Cia. Circunstância.Na sexta-feira (23), acompanharam o espetáculo não só crianças levadas por suas escolas ou por seus pais, mas também adultos que, além daqueles que já sabiam do espetáculo, se sentiram atraídos ao passarem pelo Jardim e serem surpreendidos por um show de palhaços.
Para fazer arte na rua, os palhaços precisam brincar com tudo o que acontece a sua volta e transformar o improviso em parte do espetáculo. Como afirma Miguel Safe, o palhaço Bambulino, “a rua é como o mar: ou ela te engole ou você surfa nela.”
Com toda a diversidade de pessoas que o assistiam, o grupo de Belo Horizonte apresentou um espetáculo para todas as idades e buscou arrancar sorrisos da pluralidade que se via no público. “O palhaço deve saber com quem ele tá lidando. Ele olha para o público e vê adultos, vê crianças. Nós olhamos esse público e buscamos agir de uma maneira que agrade a todos.”, diz Evandro.
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